segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Como praticar esportes em escolas sem quadra


A falta de infraestrutura não pode impedir que ocorram boas aulas. Veja como propor jogos e atividades de atletismo em espaços adaptados.
Muito se fala sobre a ausência de quadras e ginásios de esporte. Segundo dados do Censo Escolar de 2009 divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), apenas 31% das unidades de Ensino Fundamental têm esses equipamentos. E mais: uma parcela considerável delas sofre com más condições de conservação - o piso está rachado ou falta material, como tabelas, redes e gols. 
Essa realidade, no entanto, não pode ser um impeditivo para aulas produtivas. Conforme consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), "mesmo que não se tenha uma quadra convencional, é possível adaptar espaços para o trabalho em Educação Física". Como fazer isso? O primeiro ponto é entender que, na escola, o esporte não deve ter como objetivo formar atletas olímpicos ou grandes talentos do futebol e do basquete. Ele precisa ser pensado como parte de um trabalho amplo, capaz de levar os alunos a participar de atividades corporais variadas, a reconhecer e respeitar suas características físicas, assim como as dos colegas, e conhecer as diversas manifestações culturais brasileiras. 
       Sendo assim, não é imprescindível contar com uma quadra oficial para que a turma tenha a chance de desenvolver as habilidades esperadas. Adaptar as regras de uma modalidade esportiva de acordo com os espaços disponíveis e criar um jogo em que os conteúdos sejam trabalhados é uma boa maneira de driblar as limitações e garantir um ensino de qualidade. O pátio interno, o jardim, um campo gramado e até mesmo os arredores da escola podem ser aproveitados. 
           Cabe ao professor pensar em alternativas: estender cordas entre árvores para que as crianças organizem uma partida de voleibol em pequenos grupos, pendurar pneus e aros nas árvores para funcionarem como alvos em jogos de arremesso e basquete, utilizar os desníveis de terreno e os materiais disponíveis como partes de circuitos de corrida com obstáculos são algumas sugestões apresentadas nos PCNs. Além delas, outras tantas possibilidades podem ser criadas. 
O professor que observa as práticas que já fazem parte da realidade dos alunos e tenta trazê-las para o ambiente escolar também costumam ter bons resultados. Se os meninos jogam gol a gol (quando um bate o pênalti e o outro defende) ou se a turma gosta de praticar vôlei em duplas na praia, por que não aproveitar essas atividades como base para o planejamento? O importante é ter claro o que se quer ensinar e, com base nisso, pensar na maneira como deve adaptar os recursos físicos da escola.  

Matéria publicada no site da Revista Nova Escola

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